ÁRIA PARA O VÁCUO

23-02-2010 10:55

 

                       

 

 

 

 

E este claro mar pênsil que diariamente se descortina

E esta frondosa floresta de utopias

Que se converte em Saara, Chernobyl, a Caatinga da Rima...

 

 

E esta água refracionda

Que não logra nem cala

O perigo de extinção da vida...

 

 

E estas infinitas rajadas de bala

Que irrompem do cano da pistola

Carcomendo irremediavelmente a sina meio madura ou crisálida

De quem morre assassinado, de quem mata...

 

 

E esta couraça que não se refrata

E este rio de lágrimas que não quara

E esta felicidade em coma

Que é o mais querido rebento da morte anunciada:

O Sarcófago da Alma de quem sonha...!

  

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA