SENHORA DOS PÍFANOS
I
Senhora, senhorinha:
Idosa, doce velhinha
Que solta pela boca lufada de notas
Com sua flauta nordestina.
II
Senhora, senhorinha:
Os olhos azul-açucena
Guiaram-na por prolixos caminhos sinuosos,
Sendo-lhe uma poderosa fulgência de fleuma e sapiência.
III
Senhora, senhorinha:
Obstinada, sábia, aguerrida.
Na verdade, florescência de assente espera pela gloriosa aurora
Que morara com seus filhos numa gruta
Durante a luminosa estada
De uma lua boda de prata
Que tão-só assoma e cintila
No interior da Paraíba.
IV
Senhora, senhorinha:
Desde pequena, envolta pelo cândido véu da sonora harmonia;
Agora, aos 80,
Se tranforma na maestra da orquestra.
Sim, a orquestra. A orquestra de Pífanos.
Por isso e por outros motivos,
Eu digo:
Voe, Voe,
Música em notas que afloram de seu mágico intrumento;
Voe, Voe,
Ressonância-Passarinho. Desejo que sempre caminhe com o vento!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA